Lá vai eu com mais uma postagem na qual te digo que tal receita é o trem mais gostoso do planeta, que se você não comer tá perdendo, e não sei mais o quê. Já não sei como iniciar minhas postagens porque o blog é meu então só cozinho o que gosto, logo quase tudo tem o dramático, "você tem de" "você precisa" e o "se não gosta errado!" 

A receita de hoje, porém, tem uma curiosidade pois todos os países do mundo têm sua própria versão da rabanada. Li em Larousse da gastronomia que certas culturas encharcam o pão, outras dão um leve umedecida, mas todas têm algum tipo de especiaria no líquido, umas fritam, outras assam, enfim, meu ponto é que a guloseima é tão sensacional que todo o mundo tem a sua. 

Eu amo todas as que provei. Devo confessar que tenho uma queda, correção, um tombo violento pela portuguesa e francesa, sério, sem mentira. Você já viu na sua vida trem melhor do que rabanada? aqui no blog eu tenho uma assada, ela é boazona, mas não tanto quanto a frita ou como a de hoje, vocês vão ver. O mais legal, para mim, é creme inglês, sério, eu amo prepará-lo! Ele é um trem suave, delicado, leve e que não tem como não amar, todos os ingredientes são a medida certa da perfeição. 

Primeiro: eu tenho uma obsessão galopante por baunilha, mas quem não? Espera, você disse não? vaza do blog, obrigada! Segundo: o modo de preparo é bem confeitaria, você faz de boas, mas perdeu um segundo de atenção desandou, até nisso o crème inglaise é especial, é o equilíbrio perfeito entre habilidade e conhecimento.

Enfim, creme bom com um pão na chapa com manteiga e açúcar caramelizado em cima... Meu filho, você não está entendendo! Tenho certeza que não tem comida no céu, mas se tivesse eu teria uma lista enorme de iguarias que deveriam compor o cardápio celeste. Para quê virgem e tâmara? Coisa mais besta! Eu quero é rabanada com creme inglês! Aliás, tâmara, sério? não tinha uma comidinha mais criativa?

Ingredientes:

 
250ml de leite;
3 gemas
60g de açúcar
1/2 fava de baunilha

 

Modo de preparo:

Não é difícil, mas faça com atenção e sem distrações. Fogo baixíssimo e ingredientes na temperatura ambiente, aliás, somente use ingredientes gelados se a receita assim pedir, caso contrário se certifique que tudo esteja em temperatura ambiente porque na confeitaria é fácil as coisas desandarem então não vamos dar motivos. 

 

 

 

Para começar parta o pão brioche em fatias grossas, tipo dois dedos de largura, leve uma frigideira ou chapa limpa, nada de usar um recipiente com cheiro de carne, enfim, derreta uma colher de sopa de manteiga, espalhe sobre a superfície e coloque o pão, basta dourar, reserve. 

Ferva o leite com a fava de baunilha, depois retire a fava e espere amornar, use tigela limpa e bata as gemas com açúcar, aqui tem um trem importante, nada de leite fervendo, é leite morno do tipo seu dedo suporta a temperatura. 

 

 

Coloque colheradas do leite aromatizado sobre as gemas batidas e mexa, faça o trabalho de temperagem com atenção para as gemas não cozinharem, retorne o creme para a panela e deixe esquentar um tiquinho. Eu gosto de bruletizar o pão na hora de servir, mas a escolha é sua, basta cobrir de açúcar e acionar o maçarico culinário mantendo-o à distância para não torrar o açúcar. Na ausência deste equipamento basta espalhar manteiga no pão e queimá-lo diretamente na chapa quente e pronto. É montar e servir. 

 

A título de informação na cozinha clássica e antiga as pintinhas pretas da baunilha eram consideradas uma imperfeição então a fava era levada ao leite ainda fechada, você também pode fazer assim, mas do meu jeito o sabor é mais intenso. Se precisar de quantidade maior basta dobrar as quantidades com exatidão e pronto, essa receita não dá errado, então se der contigo é bom rever o sentido da sua vida, muito dramática? Vou saindo pra curtir minha guloseima universal, fui.