Tô aqui de novo com um papo bem bom, comida e televisão. Como devem saber tem uma série de tv rolando pela warner que leva o título da cidade mais temida do gibis e na qual o caos anda solto: Gotham.  O show é sobre a cidade mesmo, seus habitantes problemáticos, heróis e vilões. Pode parecer que se trata de um seriado comum certo?? só que não. Gotham é na verdade um gibi na tv, uma história em quadrinhos que desfruta de toda a tecnologia do cinema, com o melhor das câmeras de TV. Sempre curti gibis e televisão; meu grupo de heróis preferido é da DC, liga da justiça (sonho secreto de ser a mulher maravilha!), mas sem impressionismo, falemos do show. 


 Feito com um capricho digno do Batman (1989) de Tim Burton,  o seriado consegue ser violento e sombrio com toque cômico que preserva o riso no meio do estranhamento. É tanta coisa que nem sei por onde começar. Como me referi ao seriado como um grande gibi vou começar por aí. Toda cena, em geral, é dividida em fotografias, ou seja, a câmera fotografa sequência de instantes que juntos e colocados em movimento se tornam uma animação. cada fotografia é chamada de quadro e cada quadro faz parte de uma sequência que é minuciosamente analisada na edição, nada no quadro deve destoar do anterior ou do seguinte. 

Aí vem o BANG do seriado; os quadros não são de tv porque não possuem o exato ritmo da televisão, na verdade muitas cenas são quadros de gibi na tentativa de recriar momentos icônicos das histórias em quadrinhos, por exemplo: se lembra quando o mocinho dá um soco no bandido e você pode ver a mão do primeiro voltando do gesto e o rosto do segundo se curvando com a pancada e um balão em explosão dizendo pow??! É simplesmente brilhante e algo muito comum no show, devo dizer que meu momento preferido (tanto nos gibis quanto neste seriado) é quando o vilão olha diretamente para a gente e sorri depois de explicar seu plano sinistro.

 Em outro post falarei sobre as atuações, mas já adianto que existe um comprometimento dos atores em manter expressões faciais rígidas, por alguns segundinhos, olhando quase que diretamente para a câmera, a razão? Acompanhe... na frente das câmeras o ator costuma atuar muito com os olhos (os bons, claro), artifício do qual não dispõe o desenhista. Na tentativa de aproximar a realidade gravada das tintas no papel os atores procuram elementos que traduzam o sentimento do personagem, ou seja, expressões faciais carregadas, ombros curvados ou qualquer outra resposta necessária do corpo... quando vejo estes momentos em Gotham me sinto sinceramente maravilhada com a sacada e acho ainda mais lindo porque tudo isto ocorre em segundos a mais, não existe queda no ritmo nem delay na saga. 


Importa dizer que o ritmo do seriado é incrível, os acontecimentos se prolongam somente se já fizerem parte do projeto inicial. Aliás, isto é o que marca um bom show de tv, odeio aqueles textos estapafúrdios nos quais os roteiristas trazem de volta ou inventam problemas superficiais somente para reaproveitar um personagem. Assim como em um conto ou qualquer narrativa longa, o projeto de escrita existe para impedir que nós, assistência, tenhamos a sensação de ausência do problema ou motivação, ou seja, abandonemos o texto (sim gente, televisão é texto, tudo é texto!). Outra coisa legal é que a máxima dos quadrinhos permanece em Gotham, o vilão nunca morre.  
 A filmagem opta por ambientes escuros, mas preservam alguns pontos luminosos no quadro. As externas são gravadas com lentes escuras e ainda recebem tratamento na edição, todo este trabalho para recriar o aspecto sombrio e assustador dos gibis, quase a Londres do Jack estripador saca? Tenho um monte de coisas para dizer sobre esta série maravilhosa, então semana que vem eu continuo. Sobre a comida. Sempre que assisto Gotham como alguma coisa e é claro que assunto de semelhante importância não poderia ficar de fora, hoje rolou uma torta de soja (o marido vegeta viu comigo um episódio). 


Massa simples: 2 ovos, 1 colher de sopa de manteiga, duas pequenas cenouras raladas, sal à gosto, 80ml de leite, 200g de farinha de trigo semi-integral e uma pitada de sal (processei todos os ingredientes e por último acrescentei a farinha). Recheio: 300g de proteína de soja hidratada, milho, ervilha, azeitona e sal à gosto, refogue tudo com um pouco de azeite e deixe esfriar, coloque a massa sobre fôrma untada e enfarinhada, coloque o recheio por cima e misture um pouco, cubra com queijo ralado e orégano. Asse em forno médio por uns 15 minutos e sirva, fico devendo uma foto da torta, bjos!! Já assistiu Gotham?