Hoje chegamos com as maravilhas provenientes da mandioca, você, como todo brasileiro, já provou várias guloseimas feitas com ela. A Manihota esculenta é dos tubérculos mais úteis e conhecidos na parte quente do continente americano, dela aproveita-se tudo, mas o que nos interessa hoje é o polvilho, que vem justamente de seu processamento artesanal. 

A maravilha começa quando a mandioca depois de descascada é escovada, muito lavada e moída, o resultado desta atividade é uma água branca. A substância branca é o amido. Amido e fécula são correspondentes, mas a nomenclatura brasileira os separa; o primeiro é aquele proveniente de grãos, como o amido de milho, e o segundo de raízes e tubérculos, como a fécula de batata. 


A água leitosa segue para um processo de decantação, quando separados a água é descartada e a fécula vai para o processo de secagem, aliás esse é bem bonito e isso eu vi. Na infância costumava frequentar a fazenda dos meus avós que faziam sua própria farinha. A água leitosa era colocada em cochos de palha que ficavam pendurados até que todo o líquido escorresse, o que levava e ainda leva dias (me refiro ao processo artesanal), daí o cheiro forte da farinha e do polvilho, mesmo no polvilho doce.

Quando já não há mais líquido o cocho é aberto, os blocos de fécula são quebrados, e em uma superfície plana secam ao sol, o tempo de sol também muda o resultado do pó. Essa fécula que agora é branquinha, (dependendo do tipo de mandioca) é peneirada e deixada por mais tempo no sol, para ser peneirada pela última vez e embalada. A fécula de mandioca é naturalmente doce e a variedade azeda do polvilho é dada pela flora microbiana que age sobre o produto ainda úmido, ou seja, é o tempo de umidade e de secagem que separam polvilho doce e azedo. 
A intenção é continuar a postagem das maravilhas do polvilho em várias etapas. Nossa primeira aventura será a tapioca, beiju, acompanhe o blog porque o bonde segue e receitas com essa maravilhava não hão de faltar por aqui.