De vez em quando a pessoa acorda a confeiteira, vou, volto, mexo e remexo, mas o destino final é quase sempre o livro da Le Cordeau Bleu, merci cherie, pra quê zanzar por aí se tem trocentas receitas que ainda não fiz? Espera, esse não é o ponto central, desde que comprei um maçarico culinário ando "bruletizando" tudo quanto é coisa, pra ser honesta tô tão loucona que tô "bruletizando" até scone inglês, eu sei, não faz sentido, mas a pessoa tá ensandecida, então a torta foi mais uma desculpa para bruletizar alguma coisa que poderia ser bruletizada sem o marido me acusar de "tá lokona, a mulher!"

 

Depois de decidir pela torta, era tempo de escolher a massa, e lógico, seria a sucrée, minha preferida, a sablée também é boa, boníssima, mas a sucrée sempre oferece uma crocância sem a qual não posso viver, amo morder a torta e sentir a massa crocante contrastando com o recheio cremoso. A receita completa será divida para não ficar tão longa, nada difícil, mas exige precisão, esqueça medidas em xícaras ou copos quando se trata de confeitaria francesa a parada é com balança. Partiu receita?

Ingredientes: 
200g farinha de trigo branca (gelada de preferência);
1 ovo;
100g de açúcar de confeiteiro;
1 col. de sopa de extrato de baunilha;
100g de manteiga gelada.

300g de soja, grão de bico ou feijão.

 

Modo de preparo:

Então... já que a manteiga está pela hora da morte te digo que é  possível substituir por margarina, mas a quantidade será menor e alguns ajustes podem ser necessários. A margarina é uma gordura que não resfria ou congela e o menor contato faz com que derreta, o que significa que você deverá usar quantidade menor que a indicada nas medidas e provavelmente maior quantidade de farinha de trigo branca. 

Peneire o açúcar com a farinha de trigo, coloque em uma tigela e adicione a manteiga, misture com os dedos até que a farinha esteja úmida como areia de praia, acresceste o ovo misturado ao extrato de baunilha, misture e despeje na bancada, a massa não deve ser muito trabalhada, mas deve ficar relativamente homogênea. 

 

Se preciso for leve à geladeira para que resfrie por meia hora e só então volte a trabalhar, mas se fores rápida não será necessário. Massa pronta e enrolada em plástico filme, ou papel encerado, leve para a geladeira e deixe descansar. Abra "o trem" sobre superfície enfarinhada, ou no próprio recipiente, caso a tua seja feita com margarina já que abrir no rolo significa adicionar mais farinha o que vai alterar seu resultado final, depois de aberta fure a massa com um garfo, aqui, ali e acolá para ajudar a não inflar. 

 

A massa deve assar até que as bordas estejam douradas o que acontece entre 25 e 30 minutos a 180 graus, o processo é dividido em duas partes. A princípio cubra a massa com um pedaço de papel manteiga então despeje os grãos pesados, lembrando que estes ganharão essa finalidade e não devem ser usados para cozimento, a intenção dos grãos é fazer peso e manter a massa achatada. Asse em forno preaquecido e depois de 15 minutos retire o papel manteiga com os grãos, volte a massa para o forno e asse por mais 15 minutos ou até que esteja douradinha. Deixe esfriar em temperatura ambiente para só então desinformar, nada de deixar o trem esfriar no forno, pelo amor, isso é pecado e reza a lenda que as cozinheiras da casa grande azedam suas compotas enquanto você dorme, pois é, pois é, pois é. A receita com o recheio virá em breve, sem mais para o momento, favoráveis ao fim do governo bozonaro favor erguer uma de suas mãos, contrários não há. Abraços altamente amanteigados e fui.